Quando o amor acaba!
Marta Leal, 10.02.16
Quando uma relação termina é como se morresse um pedacinho de nós. Seja de quem deixa, seja de quem é deixado. Não é fácil. Não é fácil para nenhuma das partes a não ser que um deles seja um energúmeno do mais alto calibre. Mas não é sobre esses que hoje escrevo. Hoje escrevo sobre aqueles que um dia se apaixonaram e mais tarde percebem que já nada sentem. Hoje escrevo sobre aqueles que que um dia se apaixonaram e de repente o "viveram felizes para sempre" terminou com um "não és tu sou eu"!.
Meus caros dói. Dói que se farta e de nada adianta dizer que está tudo certo ou que vai passar. Nós sabemos que vai passar, que o tempo tudo cura e que lá à frente quem sabe até um dia chegamos a agradecer. Mas hoje dói pelo que foi e pelo que está a ser. Dói tanto no ser como no estar. Dói na partilha de bens quando antes se partilharam momentos, vivências, sorrisos, olhares, toques sorriso e mesmo lágrimas. Dói e é importante que doa.
É quase como se assistíssemos à morte inesperada de quem está por perto.Perceber o fim é perceber que a vida é feita de emoções, vivências e surpresas, muitas surpresas. Perceber o fim é perceber que temos que recomeçar tudo de novo mas de outro ponto de partida. De um ponto de partida em que escolhemos a bagagem que decidimos levar. De um ponto de partida onde escolhemos o que vamos deixar. Há quem fique lá no novo ponto de partida sem nunca querer mudar mas também não é desses que vamos falar.
Existem momentos em que sentimos um misto de tristeza com alivio. Tristeza pela perda e alivio por voltar a controlar a coisa. Seria incongruente se não chorássemos uns dias pelos cantos e passássemos outros tantos a implicar com toda a gente. Ao quinto dia não ressuscitamos mas arregaçamos as mangas, tapamos as olheiras e regressamos ao mundo mais fortes e mais resistentes. Não mudamos no ser e no estar porque é exactamente assim que nos sentimos bem. E ninguém nos muda meus caros.Nós é que decidimos ou não mudar.
Quando te voltares a entregar, entrega-te. Da próxima vez que estiveres está. Claro que não vais viver a mesma coisa mas dá a ti a oportunidade de voltares a viver outro amor. Fugires do amor com medo de te magoares não é solução. Fugires do amor é impedires-te de viveres de novo.
Não chames nomes só porque achas que o deves fazer. Não te cales apenas porque não queres fazer cena. Pega na situação, olha-a de frente e resolve-a com o outro e contigo. Repara que escrevi com o outro e não com os outros. larga os outros,afasta-os no que diz respeito a soluções e aproxima-os no que diz respeito a compreensão. Os outros são os outros e vão sempre resolver de forma diferente.
Acredito que o amor não tem amarras e que quando gostamos mesmo de alguém gostamos de o sentir bem e que seja feliz. Seria incongruente não lhe desejar felicidades por mais que isso doa e dói, dói que se farta.
Não acredites que só podes viver um grande amor. Acredita que podes viver muito mais amor se te permitires fazê-lo. Esquece os filmes, as opiniões, a sociedade e as crenças. Retira dos livros aquilo que te serve e vive. Mas antes chora, revolta-te, e aceita a tua desilusão.
A verdade é que um amor que não é regado seca, morre e corre o risco de deixar a terra infértil.
A verdade é que só os mais corajosos se atrevem a amar.
Marta Leal
Inspiracional Coach