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... Blogger, coach, mentora, palestrante, autora, contadora de histórias, formadora e uma apaixonada pela vida ...

Palavras!

Marta Leal, 19.02.18

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Por vezes, perante determinadas situações, o melhor é ficarmos calados. Mas todos sabemos que quando ficamos calados as palavras sufocam-nos e transformam-se em emoções muito pouco saudáveis. Transformam-se em raivas, ódios, desprezo e rancor. Todas essas emoções corroem e vão-nos matando aos poucos e poucos.

 

Mas então em que é que ficamos, falamos ou não falamos? Defendo que só devemos falar quando o outro está pronto a ouvir e/ou quando sentimos que o outro nos vai entender. De contrário o melhor é ficarmos calados. Mas se não nos permitirmos desabafar as palavras sufocam-nos. Sufocam-nos tanto, mas tanto. Desabafa. Desabafa mas desabafa no silêncio do teu ser. Quero com isto dizer que deves escrever. Escreve. Escreve tudo o que te vai na alma. Lava as mágoas e sacode as emoções negativas que impregnadas de mal entendidos insistem em entristecer-te a alma. Escreve. escreve tudo o que te faça sentido escrever. Escreve até o que não te faz sentido.

 

Liberta-te! Liberta-te muito!

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  47

Marta Leal - Coaching Inspiracional

É o amor meu caro Arnaldo, é o amor!

Marta Leal, 13.02.18

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Podia ser uma noite diferente mas é apenas uma noite como tantas outras. Insistimos em fazer das nossas noites, noites iguais a tantas outras. Passamos pelas noites como passamos pela vida completamente indiferentes ao facto de que podemos fazer diferente, podemos sempre fazer diferente.

 

Soam as doze badaladas do relógio da igreja existente no bairro mais próximo. Em dias de lua cheia é fácil vê-lo nitidamente mas hoje o nevoeiro intenso e a chuva fazem-nos olhar para o local e imaginarmos apenas que continua lá. Chove como não chovia há meses. Lá fora ouvem-se passos que param constantemente, com toda a certeza, a desviarem-se das poças formadas pela chuva. É difícil caminhar entre o que um dia foram passeios e hoje é apenas um caminho onde as pedras da calçada foram furiosamente arrancadas, umas pelas intempéries outras por qualquer reacção humana que sem sombras de duvidas qualquer psicólogo explicaria como sendo a reacção natural a quem vive num ambiente onde a palavra de ordem é o ataque porque ninguém ousa esperar para se defender.

 

Ninguém ousa esperar para se defender porque ninguém resistiu á defesa. Consta até que nesta rua sem medo a palavra defesa não existe e é atribuída aos fracos e “mariquinhas”. Lamentavelmente ataca-se o que se deveria defender ou, melhor escrevendo, a melhor defesa é o ataque. Mas deixemo-nos de desvaneios e adiante-se a história.

 

A avenida principal encontra-se deserta e o silêncio é apenas interrompido por um motor de um ou outro carro que passa rumo a uma das inúmeras ruelas que aqui se cruzam. Está escuro está muito escuro. A iluminação pública existe mas os candeeiros que ainda possuem lâmpadas intactas são cada vez menos. O nevoeiro faz com que  não se consiga ver sequer o outro lado da rua. Estamos em Lisboa mas podíamos estar em Long Reach Road tal é o sombrio da noite e o fantasmagórico da neblina. É justamente assim que imagino as noites em que Jack o estripador atacava, é justamente assim que a minha imaginação desenha uma noite de crime e de violência.

 

Crenças apenas crenças até porque o cenário poderia virar neste preciso momento e entrarmos no mundo da paixão e do amor. Podíamos fazer com que um casal se cruzasse e se apaixonasse ou mesmo um reencontro entre mãe e filho que não se encontram há muitos anos. Se a nossa história muda num segundo porque não poderia esta mudar?

 

De vez enquanto ouvem-se gritos umas vezes mais perto outras mais longe. Vozes de actores de novelas, vozes de comentadores de futebol ou apenas vozes iradas de gente. Voz de quem se sente mal com o mundo e não percebe que a verdade é que se sente mal consigo próprio. São apenas as vozes de quem vive por aqui mas que a estas horas não se atreve sequer a vir colocar o lixo á rua. Lixo comum entenda-se. Porque reciclagem é coisa que não se conhece pelos meandros da Rua sem Nome.

 

Grafitis, palavras de ordem, pinturas desbotadas ou descuidadas fazem parte das fachadas da grande maioria dos prédios de 3 andares que por aqui imperam.  São raros os andares que não possuem grades nas janelas, são raros os andares que não possuem varandas com armários e outro sem número de objectos de difícil definição. Há até quem alugue a varanda para sobreviver á crise ou à preguiça. Depende dos casos e das vontades meus caros. Trocam-se 10 m2 por 150 euros que sempre ajudam nos gastos. Privacidade não é preocupação porque é palavra que não se conhece. E vivemos bem com aquilo que nunca tivemos.

 

Apesar da inexistência de espaços verdes por aqui conseguimos sentir o cheiro a terra molhada. No entanto este é abafado pelo cheiro a lixo. Lixo que se vai espalhando pela rua fruto das lutas dos inúmeros escanzelados cães vadios que por aqui habitam e que aprenderam a lutar também eles pela sobrevivência. Aqui nem a as sociedades protectoras dos animais se atrevem a entrar por muitas denúncias que existam. Esqueceram-se das pessoas porque não nos esqueceríamos dos animais?

 

Se caminharmos para lá do primeiro quarteirão e olharmos com atenção ali do lado direito encontra-se aquilo que foi um dia um parque infantil mas que hoje não passa de um aglomerado de ferros que põe em perigo não só crianças como adultos. Há uns tempos o Manel da taberna em noite de fogosidade com a Luisinha da retrosaria espetou um ferro não vou dizer onde porque este é um livro sério e, apanhou uma septicémia que o levou desta para melhor. É verdade, sim senhor, e se duvidam estejam á vontade para perguntar.

 

Se caminharmos pela avenida principal numa noite como esta sentimos cheiros de toda a espécie mas sentimos sobretudo o cheiro a medo. É um facto, cheira a Medo na rua sem nome.

 

Cheira não só a medo na rua sem nome mas também cheira a dor, desespero, falta de vontade e necessidade de sobrevivência. Por aqui passeia-se pela dor como os outros passeiam pelas avenidas. Por aqui caminha-se na indiferença de uma vida onde os outros caminham na certeza. Por aqui a maioria não vive porque não se atreve a viver. Por aqui, a maioria atreve-se apenas a tentar sobreviver porque atrever-se a viver não passa disso mesmo, um atrevimento.

 

Perderam-se sonhos em tempos passados e vestiram-se as capas do não vale a pena.  Se olhássemos com atenção e apesar da chuva e do nevoeiro conseguíamos ver um rosto á janela.  O rosto cansado de quem um dia se atreveu a sonhar mas que com o tempo aprendeu a viver o dia-a-dia. Rosto que demonstra ansiedade e dor, rosto que revela marcas deixadas por acontecimentos indescritíveis, rosto que um dia soube rir mas que com o passar do tempo se limita, de quando em vez, apenas a sorrir.

 

Maria das Neves apertava o terço ao peito enquanto os seus lábios carnudos se moviam em ritmo acelerado entre avés marias e padres-nossos. Pode-nos faltar tudo desde que não nos falte a fé. Sempre fora, mesmo quando era mais nova, devota fervorosa de Nossa Senhora de Fátima, colocava nela toda as suas aflições, dúvidas e até desejos. Enquanto rezava não tirava os olhos da rua e a ladainha parava apenas  quando se apercebia de algum  movimento.

 

O cabelo completamente branco caia-lhe em desalinho pelo rosto enrugado e mal cuidado, fruto de uma vida de necessidades e de sacrifícios. Tinha sido uma mulher bonita, ainda hoje os seus olhos verdes chamavam a atenção onde quer que fosse. E, quem olhasse para ela nunca diria que era mãe de 5 filhos e muito menos imaginaria tudo aquilo por que passara  para os criar. Maria das Neves pertencia aquele grupo de mulheres com  idade indefinida onde por muito que nos esforcemos nunca conseguimos acertar nos anos de vida. Como os mais atrevidos costumavam dizer “uma mulher que metia muitas mais novas a um canto”.

 

 Levantou-se do lugar onde estava ajeitando a bata já coçada que trazia vestida, calçou os chinelos e arrastou-se até à cozinha onde se encostou de novo à janela tentado perscrutar qualquer movimento, qualquer coisa que a fizesse sentir esperança.

Arnaldo das Neves não conseguia também ele dormir. Olhava para a mulher e pensava que um dia por amor a ele, ela tinha desistido de um sonho e de uma vida para se enfiar naquele buraco e viverem uma vida a dois. O amor que os unia foi sempre resistindo a todas as dificuldades mas ele sentia sempre o peso de um dia a ter conquistado. Amava-a como no primeiro dia e se havia coisa que sentia falta era da sua gargalhada, aquela que ela foi perdendo  e que um dia deixou de dar.

- Ele ainda não chegou?

- Não – respondeu ela sem sequer se voltar

- Vem-te deitar, é tarde e sabes que o rapaz tem a mania de dormir em casa dos amigos.

- Eu sei Arnaldo, mas hoje estou com um pressentimento horrível e sabes como é

- Sei . Coração de mãe não se engana.

 

Arnaldo olhou-a e sentiu que todos os dias a admirava mais. Como é que aquela mulher pequena e enfiada conseguia ter mais força que ele sempre que se tratava de defender a família? Como é que aquela mulher educada nos melhores colégios conseguira viver uma vida a dois num bairro daqueles onde nem os cães vadios se atrevem a vaguear e onde os habitantes não passam de meros pratos onde se pratica tiro ao alvo.

 

 É o amor meu caro Arnaldo, é o amor! 

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  42

Marta Leal - Coaching Inspiracional

 

Sobre o amor!

Marta Leal, 06.02.18

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Esta coisa de se sofrer por amor é transversal. Transversal na idade, no sexo, na situação económica e até na cultura onde estamos inseridos. Sofrer por um amor proibido, por um amor que terminou ou por um amor não correspondido toca a todos. Quer dizer, toca a todos os que estiverem dispostos a amar, a entregarem-se e a arriscar. Porque viver um amor nos dias que correm é arriscado. Não por questões que se prendam a Montecchios e Capuletos mas por questões muito mais desafiantes.

 

Vivemos acelerados. Queremos tudo para ontem e temos medo de não conseguir viver aquilo a que temos direito. Queremos uma relação mas ao mesmo tempo queremos ter espaço. Queremos viver o amor mas ao mesmo tempo queres viajar com os amigos de infância porque sempre o fizemos. Queremos estar com a pessoa que amamos mas apenas quando o clima estiver propicio. Queremos ter o outro ao nosso lado mas apenas quando nos apetecer.

 

E vamos vivendo com um pé entre cá e lá sem nunca nos comprometermos, escondidos entre o "logo se vê" e o "depois pensamos nisso". E um dia o "logo se vê" transforma-se num "desapareceu para sempre" em vez de se transformar num "foram felizes para sempre" e, avançamos para outra, replay após replay. Começa-se sem se começar e acaba-se sem se acabar. 

 

Sofremos de amor mas falta-nos entrega. Falta-nos dedicação. Falta-nos diálogo e vontade de resolver. Falta-nos compromisso e falta-nos acreditar que as relações funcionam e que o verdadeiro amor move montanhas! Falta-nos amar!

 

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  35

Marta Leal - Coaching Inspiracional

 

 

Adoro pessoas sábias

Marta Leal, 06.02.18

 

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As saudades que eu tenho de uma boa conversa onde a dança de palavras nos envolve mais que abraços. Que saudades que eu tenho de um vai e vem de assuntos que me fazem crescer em quem sou e em quem fui. Tenho uma paixão por pessoas sábias. Adoro ouvir contar as suas histórias, vivências e aprendizagens enquanto o rosto vai oscilando entre sorrisos e lágrimas, paixão e desilusão ou mesmo dor. Crescemos na dor é o que muitos me têm dito. Crescemos na dor e descuidamos-nos nos momentos de prazer. Mas perdoem-me, desviei-me daquilo que vos pretendia contar. Dizia eu que adoro pessoas sábias. Adoro conversar com quem me cativa e com quem me faz sorrir. Adoro a sapiência de quem passa anónimo num mundo catalogado por curriculum e diplomas. Gosto. Gosto mesmo daqueles que despidos de qualquer tipo de papel me dão tanto.

 

 

Para hoje, peço-te que te dispas de todos os cursos que tiraste, de todos os diplomas que obtiveste e que te concentres apenas em ti. Até porque tu és muito mais do que isso. Por isso peço que te ouças. Ouve-te! Ouve-te no que és e ouve-te em quem és!

 

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  34

Marta Leal - Coaching Inspiracional

Juntos somos mais fortes e separados valemos muito pouco

Marta Leal, 03.02.18

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Reconheço que existem aqueles momentos em que tenho de ter uma dose redobrada de paciência e um cuidado supremo para me travar de dizer/escrever o que me vai na mente. E escrevo o que vai na mente porque o que me vai na alma, nesses momentos, é apenas tristeza e desilusão. Mas perdoem-me comecei pelo fim e este meu desabafo precisa de ser contextualizado. Tenho cada vez menos tempo e por essa razão razão selecciono cada vez mais o que vejo e o que leio. Mas de vez enquanto distraio-me. E quando me distraio posso divertir-me ou deparar-me com situações que continuam a mexer comigo. E as situações que mais mexem comigo dizem, sobretudo, respeito á maldade gratuita e ás acusações publicas. Confundem-me! Confundem-me as línguas viperinas, os acusadores de bastidores, as acusações publicas e os apontares de dedos. Confundem-me os "eu é que sei" e confundem-me os que o fazem e os que assistem impávidos e serenos, apáticos e adormecidos. 

 

Acredito no ser humano. Acredito que juntos somos mais fortes e que separados valemos muito pouco. Acredito que podemos tornar o mundo melhor se nos deixarmos envolver e o mundo pior se nos fecharmos na concha. A vida ensinou-me que existem pessoas boas e pessoas que cheias de razão que se acham no direito de passar a vida a vomitar sentenças e a fazer julgamentos. 

 

Cresci com a crença de que se não for para ajudar o melhor é ficar calada. Que se tiver uma palavra a dizer que seja de apoio, de análise ou de sugestão. E mesmo assim não invado. Peço permissão antes de falar. E estas palavras devem vir sempre acompanhadas de amor, de carinho e de uma tremenda intenção de ajuda. Sabes  que as palavras transportam emoções? Sabes que as palavras levam com elas tudo aquilo que estás a sentir? 

 

Hoje convido-te a pensar não só sobre o que dizes, mas sobre a intenção e a forma como o fazes. Hoje convido-te a refletir sobre o impacto que as tuas palavras podem ter no outro e sobre o impacto que teriam em ti se fosses tu a ouvi-las. Hoje convido-te a perceberes que sempre que falas estás a partir de pressupostos que são teus, apenas teus.

 

Tem cuidado com o que sentes e tem cuidado com o que dizes. Porque aquilo que dizes, as acusações que fazes, os pressupostos de que partes dizem mais sobre quem és do que sobre quem falas! 

 

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  33

Marta Leal - Coaching Inspiracional

 

 

Faz da tua vida inspiração #dia32

Marta Leal, 01.02.18

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Terminei o mês de Janeiro em mudança. Mudança de situação fiscal e mudança de planos para os próximos 2 anos. Foi rápido e muito eficaz. Eu sou assim se é para fazer, faz-se! E, de repente, é como se tudo se tivesse arrumado de um modo quase perfeito. Ás assinaturas de novas parcerias juntam-se um novo escritório e um novo contrato sobre o qual falaremos mais tarde. 

 

Fazer uma avaliação do caminho que estamos a trilhar é importante. Saber quais os passos que foram dados e quais os resultados que foram obtidos faz parte do sucesso. Avaliar o que correu bem alimenta-nos e prepara-nos para as etapas seguintes. Avaliar o que correu mal reajusta-nos e prepara-nos para os obstáculos futuros. Quando analisas o teu caminho assumes a responsabilidade sobre a tua vida. Quando te embalas em lamentos, tristeza e apatia permites que os acontecimentos externos te comandem.

 

Avalia. Avalia a forma como te tens movido e os resultados que tens obtido. Estás onde querias estar? Gostas dos resultados que tens tido? O que é que podes fazer diferente? Como podes fazer diferente? Reflete. Reflete muito e corrige o que tem de ser corrigido.

 

 

Faz da tua vida inspiração!

Dia  32

Marta Leal - Coaching Inspiracional