"A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos" Montesquieu
Não devemos permitir que o mundo nos impeça de ser quem somos, de lutarmos por quem queremos ou de prestar serviço ao outro da forma que nos faz sentido. É verdade que vivemos num mundo injusto e em desequilibro mas isso não serve de desculpa para que o aceitemos como um facto consumado. Viver num mundo em que uns se acham donos dos outros ou superiores aos outros não implica que devemos baixar os braços em jeito de aceitação e de resignação. As mulheres votam porque alguém se levantou e agiu. Os negros foram libertados da escravidão porque a luta se iniciou. Os animais tem direitos porque alguns não desistiram. Gandhy, Madre Teresa, Malala são todos exemplos de pessoas que se recusaram ao conformismo e a viver no medo.
Desde cedo que aprendi que devemos proteger os mais fracos e estar do lado dos que têm razão, sejam eles quem forem. Desde muito cedo que coloquei sempre isso em prática o que, devo confessar, nem sempre foi muito bem entendido. Desde cedo que a injustiça me incomoda seja ela pela razão que for. Desde cedo que o encolher de ombros, o assobiar para o lado ou mesmo o "não é nada comigo" não me faz sentido nenhum.Porque sei que temos o coração do tamanho que nos permitirmos ter. Porque sei que corações grandes podem limpar lágrimas e conceber sorrisos.
Viver no medo de não me poder manifestar perante a injustiça não é para mim . Viver condicionada ao politicamente correto também não! Hoje ao receber uma mensagem da filha mais nova a dizer que têm orgulho em mim fez-me, para além de ficar de lagrimita no olho, perceber que quando fazemos com amor o resultado que temos é amor.
Cá por casa o mais que tudo queixa-se que a cadela ladra, a filha mais nova anda pelo país de férias com o pai, o filho mais velho continua por cá e a filha do meio já faz as malas para uma semana longe da familia. A cadela de facto ladra que se farta e rosna como não existisse amanhã nos intervalos pega-se com o gato mais velho e persegue furiosamente a gata mais nova. E, enquanto lá fora o mundo enlouquece procuramos que cá dentro a sanidade permaneça.
Eu? Continuo assim, muito mãe muito mulher e sobretudo eu mesma.