Banho de Alguidar
O final do ano termina com o convite para fazer parte de 3 (três) projectos que não só me seduzem como me fazem todo o sentido mas também com a certeza de que há coisas que não quero levar comigo. Arregaçam-se as mangas, fazem-se escolhas e tomam-se decisões. Isto fica em 2014, aquele outro segue para 2015. Eu sei que devia ter feito isso a semana passada mas a preguiça veio de visita e eu convidei-a para ficar. Mala vazia do que não faz sentido e cheia de todas as coisas que me fazem vibrar.
O que não me fez vibrar foi o facto de hoje ter aquecido 553 jarros e 254 panelas de água para conseguir tomar banhito de alguidar. Afinal não era do gás foi o esquentador que decidiu ter mais um ataque de mau feitio e silenciar-se por uns tempos. Mas não pensem que se ficou por aqui depois de toda a minha trabalheira e enquanto lavo os dentes ele, o esquentador, decide acordar e enquanto sinto a água quente a correr aviso o mais que tudo. Ele, o mais que tudo, corre para a banheira e consegue usufruir do último banho do ano em condições. Rosno. Farto-me de rosnar quase como se o pobre do homem tivesse culpa da minha saga anterior e, nesse preciso momento lembro-me que aquilo não é nada bonito sou a gaja da motivação, da inspiração, da positividade e que tem sempre uma aprendizagem com tudo. Lembro-me que não é bonito mas também me lembro que sou humana afinal de contas é o sonho de toda a gente no ultimo dia do ano tomar banho de alguidar.
A descoberta de que os meus electrodomésticos têm um sentido de humor tão cáustico faz-me pensar que a sorte é que a filha do meio está de passagem de ano com os amigos, eu, o mais que tudo e a filha mais nova vamos para a casa de praia e que o filho mais velho pode sempre tomar banho na casa da namorada.
Segue-se para o remate de umas pontas soltas e mais tarde para a comemoração do final do ano mas eu volto, em 2015, mas volto.