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martaleal

... Blogger, coach, mentora, palestrante, autora, contadora de histórias, formadora e uma apaixonada pela vida ...

A vida também é feita de dor

Marta Leal, 10.11.21

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- Eu sei que já não devia sentir-me assim – dizia-me ela

- E como é que se devia sentir? – perguntei-lhe eu

- Sei lá, como se isso nunca tivesse acontecido!

Mas aconteceu, Maria e tentar apagar aquilo que nos aconteceu é esborratar uma parte da nossa vida. E não queremos a nossa vida esborratada, não é verdade? Queremos que no final a pintura seja nítida e que toda a história esteja lá. A dor faz parte da vida e é natural que a sinta até porque teima em não a sentir. Existem momentos que preferíamos não ter sentido e vivido, mas também somos feitos de dor. São aqueles momentos que nos rasgam, estilhaçam e partem. Aqueles momentos em que pensamos não conseguir aguentar mais. Mas sabe, Maria, se não os aceitarmos corremos o risco de viver em mágoa e ninguém merece viver dessa forma.

Hoje falo-vos de dores. Falo-vos daquele tipo de dor que nos tira a respiração, que quando nos lembramos dela ainda nos faz sentir um aperto no coração e nos comove. Podia-vos dizer que só crescemos na dor, que a dor é uma excelente condutora de evolução ou mesmo que a dor é uma excelente oportunidade para evoluirmos, mas hoje escolho não o fazer. Prefiro dizer-te que a dor faz parte da vida e é importante não só reconhecê-la, mas também acolhê-la e aceitá-la. Atenção que não falo de viveres apegado a determinada dor. Falo-te de acolheres e aceitares aquilo que te dói porque só libertamos aquilo que aceitamos.

- Podemos ser felizes mesmo tendo tido momentos de dor?

- Claro que sim, a vida também é feita de dor!

 

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

Sempre com muito amor!

A importância do ser em detrimento do parecer

Marta Leal, 09.11.21

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Passei o dia a lutar com o meu cabelo esquecendo-me que a irreverência dele me ganha na maioria das vezes. Prendi-o sem grande cuidado, vesti um casaco por cima do meu robe, calcei uns ténis e preparei as quatro patas para o passeio ao final do dia. Quando saí encontrei-me com ele e a mãe. São os novos vizinhos do condomínio. Ele tem 7 anos, olhos vivaços e uma oralidade imparável. Já nos tínhamos cruzado algumas vezes e ontem resolvi convidá-lo para vir comigo. Aceitou com um entusiasmo tão característico de quando somos miúdos.  E lá fomos nós, ele a conversar, eu a pensar nas saudades que tenho de ter crianças pela casa.

Falou-me da escola, dos amigos, da família e do quanto gostava de conhecer pessoas. Não foi preciso fazer perguntas porque lançou-se num discurso que só era interrompido pelos encorajamentos que fazia às quatro patas. Saltitava à minha frente, compenetrado em cumprir o acordo que tínhamos feito: caminhar pelo passeio e ficar atento aos carros.

No regresso, depois de ficar calado por uns segundos diz-me com um ar muito sério: estás muito gira e gosto muito de ti. O meu coração aqueceu mesmo num entardecer gelado. Sorri-lhe, disse-lhe que também gostava muito dele. Abriu-me o portão, seguiu para casa e eu fiquei a vê-lo sem deixar de pensar o quanto era tão bom que em adultos continuássemos a ver para além do olhar. Ali estava eu de roupa de casa, cabelo mal apanhado, cansada por um dia que tinha sido pautado por sessões e formação, e ele diz-me que estou muito gira e que gosta muito de mim!

Ele, ontem, relembrou-me da importância do ser em detrimento do parecer. Olhou-me para lá da aparência e do cansaço sem crenças ou preconceitos. E não era isto que todos devíamos fazer?

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

Sempre com muito amor!

Já nem sei quem sou!

Marta Leal, 29.10.21

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- Já nem sei quem sou – dizia-me ele há uns dias

- Vamos descobrir? – respondi eu sem deixar de pensar nas vezes que ouço essa frase.

Algures no caminho o Paulo perdeu-se dele próprio. E só quando parou para refletir é que percebeu que o descontentamento que sentia estava associado a não saber quem era. São tantos os estímulos externos que sem darmos por isso entramos em piloto automático e esquecemo-nos de quem somos.

Há um risco que não podemos correr que é o de nos perdermos de nós próprios. E quando falo em perdermo-nos de nós próprios refiro-me não só a deixarmos para trás sonhos, mas também deixarmos de ser quem somos, de cuidar de nós, de defendermos as causas que nos fazem sentido, de assumirmos posições e de fazermos aquilo que nos dá prazer. E atenção que tomadas de posição e defesa de causas devem ser sempre vistas por uma perspetiva a favor de e nunca contra a.

Não somos ensinados a saber quem somos, mas devíamos ser porque é só quando sabemos quem somos que percebemos o que nos faz feliz e o que faz a nossa alma vibrar. E saber quem somos passa pelo bom e pelo mau que existe em todos nós. Passa pelo que é socialmente aceite e também por aquilo que alguns têm dificuldade em aceitar. Passa pela vulnerabilidade que tantos insistem em derrubar e por todos aqueles sentimentos que todos sentimos e que sabemos não serem “bonitos”.

Somos feitos de um todo e é só quando conhecemos e aceitamos esse todo que a verdadeira essência se mostra. Não te preocupes se sentes inveja, preguiça ou se determinada situação irrita. Faz parte. Faz parte de todo o ser humano ter esses momentos. Preocupa-te sim em refletires e corrigires aquilo que pensas ter de ser corrigido. Esquece o dogma da perfeição e do teres de estar sempre bem. Isso só existe na teoria porque a prática, meus caros, é totalmente diferente.

Encontra-te. Descobre-te. Aceita-te. Assume-te. Se não o conseguires fazer sozinh@, pede ajuda, mas recusa-te a viver perdid@ de quem és!

#martaleal

#desenvolvimentopessoal

#autoconhecimento

É urgente continuarmos a sonhar

Marta Leal, 28.10.21

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“Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida” é ao som da canção de Manuel Freire com a sua “pedra filosofal” que vos escrevo para vos dizer que temos de continuar a sonhar seja em que momentos for, se não o fizermos limitamo-nos a passar pela vida. E passar pela vida, meus caros, é muito diferente de vivermos.

Quando somos crianças sonhamos muito. Deixamos que a nossa imaginação voe e permitimo-nos criar e imaginar. Existem os que crescem agarrados aos sonhos e os que se tornam adultos chatos, resmungões, resignados e que apregoam que a vida é o que é. Perdem-se de quem foram convencidos de que adulto não sonha. Agarram-se ao que têm sem nunca assumirem aquilo que gostariam de ter, ser e fazer.

Cruzo-me diariamente com pessoas que se perderam dos sonhos, que deixaram de acreditar e que sentem que nada faz sentido. E de facto assim é. Quando nos perdemos dos nossos sonhos, perdemo-nos de quem somos e do verdadeiro sentido que a vida tem. Sonhar e acreditar nos nossos sonhos é aquilo que nos dá motivação e que nos inspira não só para sermos pessoas melhores, mas também para deixarmos o mundo melhor. Porque os sonhadores são sempre pessoas que querem deixar o mundo melhor.

Já perceberam que falo efetivamente de sonhos e não de objetivos. Os objetivos levam-nos à conquista de dinheiro, de casa, de filhos, e de férias em determinado local. E existem tantos que conquistaram tudo e continuam a sentir-se vazios. Conquistaram, mas não sonharam. Os sonhos têm sempre agregado algo maior. Atrevo-me a escrever que os sonhos trazem com eles um sentido comunitário e uma responsabilidade social. E existe coisa melhor?

Há quem diga que o mundo não é um lugar bonito de se viver. Eu prefiro acreditar que sim, que o mundo é composto por paisagens lindas, animais maravilhosos e pessoas fantásticas. Há quem diga que perante o que se passa no mundo nada podemos fazer. Eu prefiro acreditar que se todos concretizarmos o sonho de tornarmos o mundo melhor ele fica, verdadeiramente, melhor!

- Estás mesmo convencida que podes mudar o mundo?  - Perguntou-me ela.

- Estou! – respondi eu com uma certeza que diria me veio da alma.

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

Sempre com muito amor!

 

A capacidade de adaptação

Marta Leal, 05.07.21

 

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“Não sei o que me aconteceu acho que me acomodei e me perdi de mim. Com o tempo fui aceitando o modo como vivia, os hábitos dos outros, os gostos dos outros e perdi-me de quem sou. Não entendia a minha frustração até ter dado comigo a pensar que o que eu gostava mesmo era de outra coisa, de outra vida … se calhar sou só eu …“

Não, não é só a Catarina que se sente assim. Talvez a Catarina tenha consciência disso e a maioria de nós não o tenha, mas a capacidade de adaptação que alguns de nós têm pode levar a isso. Se existem aqueles que não se adaptam e lutam contra tudo, também existem aqueles cuja capacidade de adaptação é tal que por uma questão de sobrevivência, mesmo que inconsciente, os leva a adaptar de uma forma extrema. São os tais que têm tudo para serem felizes, mas não se sentem felizes.

Não quero com isto dizer que a capacidade de adaptação não é uma característica positiva. Claro que sim. Aliás são os que melhor se adaptam às mudanças que melhor sobrevivem, mas levado a um extremo corremos um risco de sobreviver em vez de viver. Adaptarmo-nos não significa anularmo-nos ou mesmo colocarmos de lado aquilo que somos, defendemos, gostamos ou nos faz sentir bem. Adaptarmo-nos é ajustarmo-nos à realidade que temos em determinado momento, mas não nos esquecermos do que queremos e de quem somos.

Adapta-te, mas não te anules. Se te anulas e te perderes do que faz sentido a insatisfação aparece e traz com ela uma tristeza e uma frustração indescritíveis. Se existem coisas que precisam de equilíbrio a capacidade de adaptação é uma delas. Sabias que a nossa maior força está naquilo que temos de diferente? Sabias que só cumpres o teu processo de vida se fores tu em vez de seres aquilo que os outros pretendem que sejas?

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

Sempre com muito amor!

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Passa tão rápido!

Marta Leal, 01.07.21

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- Passa tão rápido, não é Marta? Achava que quando tivesse 30 anos já estaria casada, teria pelo menos um filho e uma casa própria. E não tenho nada disso.

Ouvi-a sem conseguir evitar um sorriso. Ela tem 30 anos, eu 52 anos. A vida passa mesmo muito rápido e mais rápido ainda se não aprendermos a viver, a saborear os bons momentos e a aceitar o fluxo natural das coisas. Perdemo-nos do que temos na ânsia de encontrar aquilo que achamos ser o melhor para nós. E os dias passam em lamúrias sempre projetados num futuro que insistimos que deveria ser de uma determinada maneira, mas não é. A vida é a soma de escolhas e decisões, de encontros e desencontros, de acontecimentos que podemos controlar e de outros que nos controlam completamente.

A vida trouxe-me a consciência de que vivemos muito pouco na ânsia de concretizar aquilo que achamos que devemos concretizar. Muitas vezes nem são sonhos nossos, são sonhos que uma sociedade nos impõe e que assumimos como sendo um dever, mas será que é isso que nos vai fazer felizes?

Carolina, todos os percursos de vida são válidos desde que sejam íntegros e alinhados com os nossos valores. A vida não é a soma do que temos, mas sim daquilo que nos permitimos viver. O segredo está em aceitar percursos, fazer escolhas, acreditar nas nossas capacidades e viver os dias com a intensidade que merecem. Não interessa o que a sociedade nos exige, interessa, sim, aquilo que para nós faz sentido viver. Focarmo-nos no que não temos causa-nos frustração, dor e tristeza. Focarmo-nos no que temos traz-nos paz, serenidade e alegria para viver.

 

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

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Viver um relacionamento saudável

Marta Leal, 16.05.21

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Deixem-me que vos fale da minha cliente Maria. Há uns tempos a Maria entrou no meu gabinete a dizer que tinha mesmo de se modificar para poder viver o amor que queria viver. Contou-me que se tinha apaixonado, que adorava a pessoa e que estavam a pensar ir viver juntos. Contou-me também que tinha uma vontade enorme de viajar agora que os filhos estavam crescidos, e que as questões financeiras tinham sido ultrapassadas. Gostava de encher a casa com familiares e amigos, e que tudo isso dava um significado enorme à sua vida. Tinha conhecido o namorado há cerca de um ano. Descrevia-o como um homem meigo, romântico e atencioso, mas muito “caseiro”. Para ele as férias ideais eram em casa, a ler um livro ou a ver uma série. Incomodava-o estar sempre com pessoas à sua volta e gostava de tudo muito bem planeado. Nunca tinha viajado, e não sentia falta de o fazer.
 
A Maria passou as nossas primeiras duas sessões a falar o quanto queria mudar para que tudo desse certo. Mas quando me falava em mudar, falava em mudar para agradar, para que tudo desse certo, para o agradar. Nos primeiros tempos nunca ouvi a Maria a desejar que ele mudasse. Partiu do princípio que existia algo de errado com ela. O que a Maria não percebeu é que estava a querer mudar a sua essência, aquilo que a alimentava. Não se tratava de mudar de hábitos ou rotinas, mas de algo mais profundo: tratava-se de mudar o que a fazia sorrir e brilhar. E é isso que muitos de nós fazemos quando nos relacionamos. Deixamos de brilhar porque queremos agradar e ser amados.
 
Contava-me com uma tristeza no olhar que, por vezes, sentia que ele tinha vergonha dela. Tinha vergonha do sítio em que viva, das gargalhadas que dava, do modo que falava e até do que fazia. Tinha por hábito fazer brincadeiras à frente dos poucos amigos que tinha que a deixavam desconfortável. E era por isso tudo que queria mudar, para que ele a aceitasse e a amasse como ela sabia que merecia.
 
O que a Maria não sabia é que quando uma pessoa nos ama o faz de coração e mente aberta. Quando a pessoa nos ama verdadeiramente aceita percurso e essência. E, seja em que idade for é um recomeçar do zero, é um escrever uma história nova com base no respeito e no amor.
 
No final do ano passado, recebi um e-mail da Maria. Estava em Marrocos. Inspirada em algumas amigas tinha decidido viajar, e fazer a passagem de ano por lá. Falava-me do silêncio, das cores, das pessoas e da serenidade que sentia. Contou-me que depois das nossas sessões terminarem, e depois das primeiras tentativas de negociações percebeu que o namorado pouca coisa aceitava nela, e pouca era a vontade de fazer alguma mudança nele. Terminou tudo no dia em que ele lhe disse que “uma mulher da tua idade não pode ir para um ginásio”. Contou-me que, nesse dia, arrumou as malas, e saiu não só da casa, mas também da vida de quem, e passo a citar “nunca percebeu quem eu era”. Contou-me, também, que ele nunca mais a procurou nem voltou a contactar. Terminava o e-mail com a frase “andei tão perdida de mim que não percebi que só posso viver um relacionamento saudável quando aceitar o meu percurso de vida, e toda a minha forma de ser e estar: corrigindo o que não é saudável e reforçando aquilo que é”.”
In novo livro ainda sem título definido

Vivenciamos aquilo em que acreditamos!

Marta Leal, 15.05.21

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“A minha avó sempre me disse que para cada panela existe uma tampa. Que é como quem diz que, mais tarde ou mais cedo, havemos de encontrar a pessoa amada ou a pessoa que nos serve. Cresci com essa crença e acredito que, de facto, se estivermos atentos e nos permitirmos, podemos encontrar a nossa tampa ou, se preferirem, a nossa panela.
 
O que ninguém me disse foi que primeiro precisava de me conhecer, saber quem sou. Quais são os meus pontos fortes e quais os meus pontos mais fracos. O que ninguém me disse foi que primeiro, tenho que olhar para mim, para depois poder olhar para o outro.
 
Acreditei desde cedo no amor. Mas não no amor comum que via à minha volta. E quando falo de amor comum, falo do namoro, casamento, ter filhos, educar os filhos e envelhecer juntos mesmo que não dirijam a palavra um ao outro. Nunca acreditei num amor onde dois estranhos convivem em prole daquilo que para eles é uma família. São feitos de tudo, menos de amor. São feitos de deveres sociais ou hábitos de uma comunidade que assim o exige, mas muitos deles não são amor.
 
Sempre acreditei no amor que se sente à distância, no amor que está num olhar e num gesto. Hoje, não consigo culpar ninguém. Durante muito tempo, culpei a tia Ginja e o tio César e todas as histórias que me contavam sobre o amor deles. Culpei um amor que vivi de perto e que transformei em modelo. Culpei as histórias de príncipes e princesas que terminavam num delicioso “viviam felizes para sempre”. Somos aquilo que vivemos de perto. Transformamo-nos nos que nos rodeiam e acreditamos piamente que tudo é assim. Somos a realidade que vivemos e, desde muito cedo, recusamos aceitar que possam existir outras. Vivemos de verdades absolutas que nos foram transmitidas e, sem refletir, defendemos essas verdades como se fossem nossas. A minha verdade absoluta era que o amor para sempre, existia.”
In organiza-te no amor
E tu, acreditas em quê? Mais tarde ou mais cedo, acabamos sempre por vivenciar aquilo em que acreditamos, sabias?

O dia das mulheres não é para comemorarmos!

Marta Leal, 08.03.21

 

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Dizer que o dia da mulher é um disparate é renunciar a uma realidade que existe e que precisa de ser lembrada diariamente. É renunciar a todas aquelas que lutaram para que algumas de nós, um número ínfimo ainda, pudessem ter liberdade de ação, de escolha e de decisão. Mas, sobretudo, renunciar a uma realidade de tantas e tantas mulheres que ainda não foram libertas, que não podem aceder ao que algumas de nós consideram adquirido, que são vítimas de guerra, que são mortas porque disseram não, que são violadas por esse mundo fora e pelas quais nós, as dos “direitos adquiridos”, temos o dever de lutar.

Hoje lembrei-me da Beatriz, e de tantas outras que em pleno século XXI foram impedidas de continuar a viver por terem opinião, poder de decisão e por escolherem fazer o que lhes fazia sentido. Lembrei-me, também, dos comentários atrozes que são feitos perante o assassinato ou agressão de uma mulher onde o agressor passa a vítima porque a vítima estava mesmo a pedi-las.

E é para isto, meus caros, que servem estes dias. É para nos lembrarmos de todas aquelas que sucumbiram e continuam a sucumbir às mãos de quem não as respeita, e de quem as encara como mera mercadoria. É para nos lembrarmos que pelo mundo fora esta realidade existe e se continuarmos fechadas nas nossas masmorras de direitos adquiridos, de mentes fechadas e de línguas vorazes irão continuar a existir.

Não, o dia das mulheres não é para comemorarmos, mas sim para nos lembrarmos o caminho que já foi feito e termos consciência que muito ainda está por fazer. E cabe-nos a nós continuar a lutar para que o mundo seja um lugar mais justo e seguro para todas.

Cuida de ti e lembra-te de cuidar do outro! Cuida do outro e lembra-te de cuidar de ti!

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De coração cheio!

Marta Leal, 05.03.21

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Com o passar dos anos percebemos que o que importa mesmo é o que fazemos com amor, as pessoas que tocamos e conquistamos, o sossego da mente, a abertura do coração e o legado que deixamos.

Com ele e eles longe, este ano o aniversário foi passado sozinha com os “quatro patas”. Não existiram os abraços, as escolhas do restaurante que servisse a todos, as conversas que ficam interrompidas a meio, a canção da “miúda da montanha” e tudo aquilo que faz parte do que é tão nosso! Não existiu o som de uma mesa cheia, e de uma risada constante, mas foi um dia que me deixou com uma felicidade enorme e de coração cheio. Longe do toque, mas muito perto da emoção.

Ontem, percebi a imensidão de pessoas que fazem parte de mim, e de quem eu faço parte. Os que ao longo dos anos fui tocando e que também me tocaram. Ontem somaram-se conversas e mensagens com quem não falava há muito tempo ou com quem tinha acabado de falar. A vida, meus caros, é mesmo a soma das experiências que nos permitimos ter e a conquista de quem permitimos que nos conquiste e quem nos permitimos conquistar.

Demoraria imenso tempo a responder a todos, mas li as mensagens uma a uma. Comovi-me e senti-me inundada de amor e de bem-estar!

Resta-me agradecer a todos por terem somado tanto a um dia que é tão meu!

Obrigada!